Delegado nega que jovem ferida em Matinhos (PR) tenha sido violentada

20-08-2010 01:14

colaboração para a Folha Online

O delegado responsável pelas investigações da morte de um estudante de 22 anos no dia 31 de janeiro em Matinhos, litoral do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo Moura, negou que o suspeito de cometer o crime tenha violentado a namorada do jovem. Segundo nota da Sesp (Secretaria de Estado Segurança Pública), o delegado afirma que o crime teve "motivação sexual", mas em depoimento à polícia ela negou ter sido violentada.

"Ela alegou que ele a teria molestado, tocando em partes íntimas mas ela não chegou a ser estuprada. Por isso ele deve responder por atentado violento ao pudor que é a mesma pena prevista para o que o crime de estupro", afirmou Moura, segundo a Sesp.

SESP-PR
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A versão contraria as informações iniciais da polícia de que a jovem, de 23 anos, além de ter sido baleada, também teria sido violentada. "Quando voltou ao local do crime, ele teria arrancado a roupa íntima da vítima e teria tocado em seu corpo, molestando a jovem", disse o delegado.

Na noite desta quinta-feira (19), o suspeito foi levado até o hospital onde a jovem permanece internada, em Curitiba, e a vítima --que já havia reconhecido o suspeito por meio de fotos-- reafirmou que o homem preso é o mesmo que a baleou e matou seu namorado.

Hoje, a Polícia Civil divulgou a identidade do homem detido na última terça. De acordo com a Sesp, o principal suspeito de cometer o crime é Juarez Ferreira Pinto, 32, morador de Curitiba.

Camiseta

A Sesp também afirma que exame de DNA feito pelo Instituto de Criminalística deu negativo ao comparar as manchas de Ferreira Pinto com as da camiseta encontrada na região onde o crime foi cometido.

Segundo o delegado, o resultado já era esperado, porque a vítima não havia reconhecido a camiseta como sendo a usada pelo bandido no momento do crime. "Nós encontramos a camiseta em um local muito distante da cena do crime. Num primeiro momento, a jovem ainda muito abalada achou que pudesse ser a camiseta, mas depois, mais calma e recuperada parcialmente do choque, a vítima não reconheceu a camiseta", afirmou Moura.

Outro lado

Ferreira Pinto afirma, por meio do advogado, que é inocente. O advogado Nilton Ribeiro de Souza diz que seu cliente estava a 22 km de distância do local do crime no dia, trabalhando na empresa do irmão, uma distribuidora de chope localizada no município de Pontal do Paraná, vizinho a Matinhos.

De acordo com o advogado, o cliente é portador de hepatite C e não tem condições físicas de percorrer caminhos acidentados como o da trilha onde o ataque foi cometido.